Antonio Maluf SoloTrapezio Galeria e ArtRio - Setembro de 2024
Na exposição solo de Antonio Maluf, realizada pela Trapezio Galeria na ArtRio, foram expostas aproximadamente 30 obras que percorrem diversos períodos da rica trajetória do artista. Entre os destaques, uma instalação impactante que tentou recriar, em proporções reais, o icônico mural paulistano do Condomínio Vila Normanda, utilizando azulejos originais da década de 60. Esse trabalho foi uma homenagem à obra de Maluf, símbolo importante da paisagem paulistana.
Durante a exposição, foi anunciado a disponibilização para venda de uma das obras que deram origem a esse mural histórico e a doação do valor arrecadado destinado à recuperação do mural original, reafirmando o compromisso do Projeto Antonio Maluf com a preservação e revitalização de sua obra.
Crafting Modernity - Design in Latin America, 1940–1980MoMa - Museum of Modern Art - Março a Setembro 2024
“There is design in everything,” wrote Clara Porset, the innovative Cuban-Mexican designer. She believed that craftindustry could inspire each other, forging an alternative path for modern design. Not all of Porset’s colleagues agreed with her conviction. This exhibition presents these sometimes conflicting visions of modernity proposed by designers of home environments in Argentina, Brazil, Chile, Colombia, Mexico,Venezuela between 19401980. For some, design was an evolution of localIndigenous craft traditions, leading to an approach that combined centuries-old artisanal techniques with machine-based methods. For others, design responded to market conditionslocal tastes,was based on available technologiesindustrial processes. In this exhibition, objects including furniture, appliances, posters, textiles,ceramics, as well as a selection of photographspaintings, will explore these tensions.
The home became a site of experimentation for modern living during a period marked by dramatic political, economic,social changes, which had broad repercussions for Latin American visual culture. For nearly half a century, the design of the domestic environment embodied ideas of national identity, models of production,modern ways of living. The home also offered opportunities for a dialogue between art, architecture,design. Highlights of the exhibition include Clara Porset’s Butaque chair; Lina Bo Bardi’s Bowl chair; Antonio Bonet, Juan Kurchan,Jorge Ferrari Hardoy’s B.K.F. Chair;Roberto Matta’s Malitte Lounge Furniture.
The Value of Good Design MoMa - Museum of Modern Art - ate 15 de Junho de 2019
“Is there art in a broomstick? Yes, says Manhattan's Museum of Modern Art, if it is designed both for usefulnessgood looks.” This quote,a 1953 Time magazine review of one of MoMA’s mid-century Good Design exhibitions, gets to the heart of a question the Museum has been asking since its inception: What is good designhow can it enhance everyday life?
Featuring objectsdomestic furnishingsappliances to ceramics, glass, electronics, transport design, sporting goods, toys,graphics, The Value of Good Design explores the democratizing potential of design, beginning with MoMA’s Good Design initiativesthe late 1930s through the 1950s, which championed well-designed, affordable contemporary products. The concept of Good Design also took hold well beyond the Museum, with governments on both sides of the Cold War divide embracing it as a vital tool of socialeconomic reconstructiontechnological advancement in the years following World War II. This global scope is reflected in many of the items on view,a mass-market Italian Fiat Cinquecento automobilea Soviet-era East German Werra camera to a Japanese poster for a Mitsubishi sewing machinea Brazilian bowl chair. These works join both iconicunexpected items made in the US, such as the Eames La Chaise, a Chemex Coffee Maker,Irwin Gershen’s Shrimp Cleaner.
The exhibition also raises questions about what Good Design might mean today,whether valuesmid-century can be translatedredefined for a 21st-century audience. Visitors are invited to judge for themselves by trying out a few “good design” classics still in production,exploring how, through its design stores, MoMA continues to incubate new productsideas in an international marketplace.
Organized by Juliet Kinchin, Curator,Andrew Gardner, Curatorial Assistant, Department of ArchitectureDesign.
Arte Cinética Latino-Americana Simões de Assis Galeria de Arte - 28 de outubro a 16 de dezembro de 2017.
A exposição "Panorama da Arte Cinética na América Latina" destaca obras de artistas latino-americanos entre 1950 e 1970, período de transformações na região. Com foco em Antonio Maluf, a mostra reúne trabalhos de Abraham Palatnik, Sérvulo Esmeraldo e Ubi Bava, fundamentais para o desenvolvimento da arte cinética no Brasil. Palatnik, pioneiro, criou os "Aparelhos cinecromáticos" desde 1950, enquanto Maluf explorou ilusões ópticas em séries como "Progressões crescentes e decrescentes". A exposição ressalta a importância desses artistas globalmente, consolidando a produção cinética latino-americana como respeitada no meio crítico e institucional.
Antropofagya y Modernidad - Arte Brasilenos Museo Nacional de Artes da Cidade do Mexico - 17 de Junho de 2016
El 11 de enero de 1928, Tarsila do Amaral (1886-1973) le regaló al poeta y dramaturgo Oswald de Andrade –destacado exponente del modernismo brasileño y promotor de la Semana de Arte Moderno de Sao Paulo en 1922-, el lienzo Abaporu con motivo de su cumpleaños. Aquel cuadro habría de inaugurar todo un movimiento artístico. Tarsila y Oswald decidieron lanzar una revista donde publicaron el Manifiesto Antropófago que daría nombre a una de las más productivas etapas del arte moderno brasileño.
Antônio Maluf, construções de uma equação Galeria Frente - 29 de maio a 04 de junho de 2016
Conhecido pelo seu trabalho geométrico e rigorosamente calculado, a retrospectiva apresenta 120 obras selecionadas pelo ex-diretor da Pinacoteca, Fabio Magalhães. Um dos destaques é o primeiro cartaz do artista, intitulado Equação Dos Desenvolvimentos, criado para a 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951. Segundo o curador, Maluf conseguiu exprimir em seu trabalho a mais autêntica relação entre a poesia e a matemática. Embora tenha sido um entusiasta de movimentos que floresceram na sua época, optou por uma carreira solitária, na intimidade de seu ateliê.
Antonio Maluf – Singular e Plural Museu Correios em Brasília - 29 de abril a 26 de junho de 2016
O Museu Correios em Brasília apresenta até o dia 26 de junho 61 trabalhos de Antônio Maluf, considerado o precursor do concretismo e do design gráfico moderno no Brasil. "Antônio Maluf – Singular e Plural” traz desenhos, guaches, pinturas e offsets – tipo de impressão gráfica de alta qualidade. Esta é a primeira vez que a capital recebe uma mostra individual do artista. A visitação acontece de terça a sexta, das 10 às 19h, e aos sábados e domingos, das 12h às 18h. A entrada é gratuita.
Antonio Maluf - Operário da Arte Galeria Berenice Arvani - de 5 de maio a 17 de julho de 2011
“Trata-se de uma mostra panorâmica, uma antologia com guaches, pinturas e colagens que se inicia em 1951 e segue até 2005, ano de sua morte, quando ainda mantinha em seu atelier algumas pinturas em processo de produção”, revela o curador da exposição, Celso Fioravante. “São 60 obras, para homenagear os 60 anos da criação do cartaz da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, que é, para mim, o marco inicial do concretismo no Brasil”.
O Bardi dos Artistas Memorial da America Latina - De 4 de maio a 4 de Junho de 2000
A exposição “O Bardi dos Artistas,” com curadoria de Fábio Magalhães e Jacob Klintowitz, foi uma homenagem ao centenário de Pietro Maria Bardi e aconteceu no ano 2000 na Galeria Marta Traba, no Memorial da América Latina, em São Paulo, com itinerância no Espaço Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro. Essa exposição celebrou a influência de Bardi, fundador e diretor do MASP, sobre gerações de artistas brasileiros, refletindo sua visão moderna e inovadora para o desenvolvimento artístico no Brasil. Entre as obras apresentadas, destacou-se o trabalho "Post Scriptum à equação dos desenvolvimentos," de Antonio Maluf, feito em grafite e acrílico sobre madeira, que remete ao impacto da arte concreta e da geometria abstrata na época.
A mostra incluiu também uma diversidade de obras e artistas que dialogaram com as ideias de Bardi sobre o papel da arte e seu potencial transformador no contexto cultural do Brasil do século XX. Bardi foi fundamental para a introdução de artistas e movimentos internacionais no Brasil, ao mesmo tempo em que promovia uma arte genuinamente brasileira e globalmente conectada.
NOTÍCIAS IMPRENSA
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20/03/19 - Revista Casa e Jardim
MoMA tem mostra com bons exemplos de design dos anos 1930 à 1950 Por Julia Gianesi
Todo ano, o museu de arte moderna de Nova York, o MoMA, produz a Good Design, exposição que mostra ao público o que há de melhor no design para a moradia moderna. Este ano, chamada de The Value of Good Design (O valor do bom design, em tradução livre), a mostra explora o potencial democrático do design, trazendo criações já expostas pelo MoMA desde os anos 1930 até 1950. A ideia também é discutir como publicações, exibições e outras redes internacionais do tema ajudaram a transformar a economia global após a segunda guerra mundial, assim como os produtos que marcaram os anos após o conflito.
Entre os objetos expostos estão a poltrona Bowl Chair, da italiana naturalizada brasileira Lina Bo Bardi, de 1951. A curadoria da Good Design chama atenção para o fato da arquiteta ter tido um importante papel nos avanços modernistas da arquitetura e design no Brasil após a guerra. Há também um pôster da artista para a Exposição da Agricultura Paulista de 1951. Outro brasileiro presente é Antônio Maluf, com o pôster da 1ª Bienal do Museu de Arte Moderna, do mesmo ano.
As três peças dos artistas brasileiros, Lina Bo Bardi e Antônio Maluf, na The Value of Good Design, no MoMA, em Nova York.
A The Value of Good Design também questiona o significado de bom design hoje, e se os valores da metade do século passado podem ser traduzidos e redefinidos para a audiência do século 21. Confira algumas frases separadas pelo MoMA sobre o conceito de bom design:
"Bom design em qualquer período é simplesmente uma fusão minuciosa da forma e da função, e uma consciência de valores humanos expressada em relação à produção industrial por uma sociedade democrática."
Edgar Kaufmann, Jr., Diretor do Departamento de Design Industrial, MoMA, 1948
"Um bom design não deve ter nada irrelevante, acidental ou não relacionado à ideia principal."
Eliot Noyes, Diretor do Departamento de Design Industrial, MoMA, 1944
"Para mim, bom design é simplesmente arte aplicada ao morar."
Dorothy Shaver, Presidente da Lord & Taylor Department Store, 1950
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11/10/16 - Select
Verdade ou mentira? Ana Abril
seLecT conversa com especialistas sobre o mercado de obras de arte falsas no Brasil e nas feiras de arte
Uma suspeita sobre a autenticidade de obras expostas na ArtRio 2016 – que ocorreu entre 28/9 e 2/10, no Rio de Janeiro – gerou apreensão entre os expositores e lançou luz sobre um problema cada vez mais grave no mercado global de arte: a falsificação de obras.
Na ArtRio 2016, as suspeitas recaíram sobre a autenticidade de obras de Willy de Castro (1926-1988), Raymundo Colares (1944-1986), Ubi Bava (1915-1988), Maurício Nogueira Lima (1930-1999) e Antonio Maluf (1926-2005), expostas no stand da galeria Graphos.
O dono da polêmica galeria, Ricardo Duarte, era um estreante na feira carioca e desmentiu todas as acusações. Por sua parte, a feira retirou imediatamente as obras e as submeteu a um processo de análise, ainda em curso.
Embora os resultados não estejam prontos, a repercussão do incidente lançou dúvidas: qual é a probabilidade de uma obra de arte falsa introduzir-se em uma renomada feira de arte? Como é possível reconhecer uma obra de arte falsificada? Existe um mercado de obras de arte falsas no Brasil?
A especialista Colette Loll, em entrevista a uma mídia espanhola em junho de 2015, afirma que “40% das obras de arte vendidas no mundo são falsificações”. Yan Walther, diretor do Fine Arts Expert Institute, em Genebra, vai mais longe e diz que “entre 70% e 90% das obras que o Instituto estuda são falsas ou estão atribuídas erroneamente”.
Ciente disso, o Ministério da Fazenda argentino realizou uma exposição de obras falsas, em junho, para conscientizar o público sobre o tráfico ilegal de bens culturais. Essa problemática também atinge o Brasil, que apesar de não ser considerado um país forte em produção de falsificações de obras de arte, possui leis frágeis em relação à destruição de peças falsas, segundo especialistas.
“No exterior, se eu descobrir uma obra falsa, posso destruí-la ou ficar com ela para estudo. Já no Brasil, se você fizer isso, pode ser denunciado por destruição de patrimônio privado”, revela João Cândido, o único filho do artista plástico brasileiro Cândido Portinari.
Outra crítica é que no Brasil, ao contrário de outros países, a palavra dos familiares do artista tem um peso menor no auxílio da identificação de originais ou cópias.
Como prevenir fraudes?
Para analisar as fraudes de obras de arte é preciso, antes, diferenciar uma obra falsa de uma falsificação. A primeira refere-se a uma “cópia exata” de uma obra já existente, enquanto a falsificação copia o estilo do artista para criar uma obra nova. É o que João Cândido chama de “pastiche”.
João Cândido é conhecido por sua luta contra a comercialização de obras de arte falsas de seu falecido pai. Seu foco reside na catalogação das obras, o que, segundo ele, é fundamental para evitar falsificações. Com esse intuito, João criou, em 1979, o Projeto Portinari, com o objetivo de resgatar a vida e obra do pintor paulista e disponibilizá-la à sociedade como um bem cultural e histórico. “Conhecer a procedência da obra, assim como sua trajetória, desde seu nascimento, é fundamental para saber se uma obra de arte é legítima ou não”, conta João Cândido. Por isso, afirma, o catálogo raisonné, listagem detalhada das obras realizadas por um artista, é fundamental no processo de verificação.
Infelizmente, o raisonné é um catálogo de realização minuciosa e existem poucos exemplares no mundo, o que dificulta a fiscalização das obras. Em 2004, Cândido Portinari ganhou seu próprio catálogo, lançado durante a 26ª Bienal de São Paulo.
Carlos Dale e Antonio Almeida, da Galeria Almeida & Dale, concordam com João Cândido e ressaltam que “para descobrir obras falsificadas, existem os comitês de catalogação das obras de arte, as famílias que certificam as obras e os especialistas em cada artista. A origem é muito importante e o histórico da obra é imprescindível”.
Além do histórico de vida, o método tradicional para avaliar a autenticidade da obra de arte é subjetivo, ou seja, o olho do perito, que tem que ser um especialista ou estudioso do artista em questão. O passar do anos trouxe avanços tecnológicos como o método físico-químico, que passou a ser outro importante certificado de autenticidade. O estudo do suporte, pigmentos e pinceladas da tela, assim como outros métodos usados na ciência forense, como o carbono, são fundamentais na avaliação da obra. “Se os materiais usados na pintura não condizem com a época de realização é um claro sinal de falsidade”, afirma João Cândido.
“As novas tecnologias e o uso da matemática, física e engenharia são de grande ajuda nesse sentido. O último método e, talvez, o mais confiável para falar de autenticidade é a inteligência artificial no estudo da arte”, afirma o diretor do Projeto Portinari.
Ele afirma que a parceria realizada entre o Projeto Portinari e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) teve como resultado um método de identificação de obras falsas, apresentado em 1993 na Universidade de Cambridge. “Também foi desenvolvido um método baseado no levantamento fotográfico de pinceladas como mostra representativa do estilo do artista”, explica João Cândido. Claro que as pinturas são privilegiadas nas análises de pinceladas, que não podem ser realizadas em desenhos e, muito menos, em esculturas e outros suportes. Segundo João Cândido, houve outra parceria, realizada com a faculdade de matemática da Universidade de Aalborg, na Dinamarca, mas que teve de ser interrompida por falta de recursos. “As casas de leilão mais importantes como a Sotheby’s e a Christie’s já nos consultaram sobre a autenticidade de algumas obras de arte”, explica.
Trabalho de prevenção na ArtRio 2016
Atualmente, o único especialista em arte moderna do comitê de seleção da ArtRio é Max Perlingeiro, marchand e dono da galeria Pinakotheke Cultural, o que não agradou a todos os expositores. A Galeria Almeida & Dale lembra que, no primeiro ano, a feira “tinha um procedimento muito mais sério de inclusão de galerias, mas, por alguma razão, foi desfeito”. Os sócios da Galeria reclamam que “o ideal seria que, pelo menos um dia antes da abertura, um comitê composto de pessoas que entendessem de mercado de arte, como Jones Bergamin, analisassem quadro a quadro e galeria a galeria, para evitar falsificações. É um sistema simples utilizado por todas as feiras sérias do mundo”.
“Brigamos diariamente para que os clientes tenham segurança para investir no mercado de arte, apoiando os catálogos raisonnés e as famílias, museus e instituições nas catalogações. Tudo isso para inibir a venda de quadros falsos. O trabalho do filho do Portinari, João Cândido, é exemplar para o mercado da arte. Hoje só compra um Portinari falso quem quer”, defendem Almeida e Dale. Ambos também asseguram que sua galeria possui o money-back guarantee, ou seja, uma garantia eterna de devolução do preço de compra, caso se prove que a obra em questão é falsa.
“Se acontecimentos desse tipo voltarem a ocorrer na ArtRio, a feira corre sério risco de cair em descrédito, podendo ser considerada por falsários como um local seguro para vender obras falsas”, afirmam os proprietários da Galeria Almeida & Dale.
O caso da Graphos ainda não é conclusivo, mas a feira já se preveniu contra possíveis novas polêmicas: Brenda Valansi, diretora da ArtRio, anunciou que a próxima edição contará com um comitê de seleção exclusivo para o mercado secundário, formado por três ou quatro pessoas, para evitar que apenas Max Perlingeiro fique como responsável do assunto.
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30/09/16 - O Globo
Galerista se defende das acusações de falsificação na ArtRio Nani Rubin
Ricardo Castro disse que obras têm autenticidade e que já enviou documentação à organização do evento
RIO — Alvo de suspeitas por parte de galeristas e colecionadores que circularam pela ArtRio, aberta na última quarta-feira no Píer Mauá, o galerista Ricardo Castro, da Graphos, se defendeu hoje das acusações de que estaria negociando obras falsicadas de Raymundo Colares, Ubi Bava, Willys de Castro, Maurício Nogueira Lima e Antonio Maluf. As obras foram retiradas do estande pela organização do evento, até que sua autenticidade seja comprovada. O galerista disse ao GLOBO que as denúncias são totalmente infundadas.
- As obras têm origem, procedência e autenticidade — afirma Castro, citando um certificado do Instituto Ubi Bava. — Encaminhei na quinta-feira mesmo à feira toda a documentação que tenho pertinente a elas, inclusive as de restauro e limpeza. Tirei os quadros e me pus à disposição do evento para esclarecer quaisquer dúvidas.
Segundo adiantou hoje a coluna de Ancelmo Góis, o cheiro de tinta e o brilho das obras fizeram galeristas e coleciadores desconfiarem de sua autenticidade. Sobre isso, Castro disse que a alegação é tão "patética" que não se daria o trabalho de comentar.
Há mais de 50 anos no mercado, Luiz Séve, da Galeria Arte Ipanema, e organizador da primeira individual de Colares nos anos 1970, disse que não viu as obras, mas comentou ao GLOBO que o brilho não denuncia necessariamente uma falsificação.
Às vezes, essa sensação é causada pelo verniz utilizado na restauração — explica. — Temos que tomar cuidado para não fazer falsas alegações que possam compremeter o trabalho de um profissional.
Um curador que preferiu não se identificar comentou que ao menos uma obra de Colares teria passado por uma restauração recente.
A diretora da feira, Brenda Valansi, fez o que, segundo ela, deveria ter sido feito: pediu a retirada das obras do estande daGaphos, até que os documentos sejam avaliados. Ela acredita, no entanto, que isso não acontecerá até domingo, dia de encerramento da ArtRio.
— Entregamos toda a documentação ao nosso advogado, mas vamos recorrer a especialistas, que nem são tantos no Brasil. São obras do mercado secundário (que não sem do ateliê do artista), então a verificação da origem é mais difícil.
Para a próxima edição, a fim de evitar situações semelhantes, ela pretende estabelecer um comitê de deleção unicamente para o mercado secundário, com três ou quatro pessoas. Atualmente, só há um membro nessa condição, o galerista e curador Max Perlingeiro.
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30/09/16 - Folhas de Sao Paulo
Grupo de marchands acusa galeria de expor obras falsas na feira ArtRio Silas Marti
http://folha.com/no1818062
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19/09/16 - g1.globo.com
Livro retrata o rico acervo da Coleção Airton Queiroz UNIFOR
Parte da inestimável coleção do chanceler Airton Queiroz pode ser conferida em livro que proporciona memorável imersão nas artes.
O amor pela arte e incentivo à sua apreciação são valores que norteiam o pensamento do chanceler Airton Queiroz, que, ao longo de quatro décadas, construiu uma coleção de arte memorável. Parte desse legado agora pode ser visto no livro recentemente publicado: “Coleção Airton Queiroz”. O livro reúne série textos e fotos que exibem obras presentes na exposição, que leva o mesmo nome da publicação.
São quase 500 páginas, nas versões português e inglês, que apresentam a exposição entre períodos históricos e movimentos artísticos, totalizando cinco eixos: Do Brasil Holandês à República, Modernismo, Abstração, Contemporâneos e Presença Estrangeira.
A mostra “Coleção Airton Queiroz” reúne 260 obras dos principais nomes das artes plásticas brasileiras, além de artistas internacionais do porte de Monet, Renoir, Miró e Dalí. Enfim, uma grande imersão na arte nacional e internacional. A exposição é uma das maiores mostras da América Latina, e conta também com instalações e esculturas, em sua maioria nunca expostas no Ceará.
De acordo com o curador e galerista Max Perlingeiro, a ideia da criação do livro veio antes mesmo da exposição. “Inicialmente, não pensávamos em exposição. O livro era o desejo do Dr. Airton de deixar uma publicação que contemplasse as melhores obras de sua coleção e para que ela fosse fonte de pesquisa para historiadores, curadores, estudantes, entre outros. O livro foi pensado há 10 anos, depois evoluiu e, no final do ano passado, a sua estrutura editorial foi definida”.
Nessa ocasião, Max convidou dois críticos historiadores importantes. José Roberto Teixeira Leite ficou com a presença estrangeira, séculos 17, 18 e 19, já Fábio Magalhães ficou com os modernistas, abstratos e contemporâneos. “O resultado foi muito bom, extraordinário e, ao mesmo tempo, esse processo foi sempre se modificando, porque em dezembro de 2015 a coleção tinha um formato. Em meados de 2016 já tinha sido feita aquisição de algumas outras obras. E foi a partir desse trabalho montado que tivemos a possibilidade de ver a dinâmica e a dimensão da coleção. Daí para a montagem da exposição, foi um pulo”, relata Max Perlingeiro.
“A coleção é muito maior do que o livro. O difícil não era o que incluir, mas o que retirar. É tudo muito bom. São números mais densos dentro da coleção e existem muito mais obras. E acabamos buscando uma essência um pouco melhor e o resultado foi excelente”, complementa Max.
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06/08/16 - El Universal MEXICO
La identidad de Brasil, a traves de una colección Sonia Sterra
artigo protegido por direitos autorais
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18/06/16 - felipevieira.com.br
Fundação Iberê Camargo apresenta 76 obras da Coleção da Fundação Edson Queiroz Felipe Vieira
De 23 de junho a 16 de outubro, a Fundação Iberê Camargo irá apresentar, em Porto Alegre, uma seleção de 76 das mais expressivas obras criadas por artistas brasileiros entre as décadas de 1920 e 1960. A exposição Arte Moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz irá ocupar o terceiro e o quarto andar da instituição com 19 obras a mais do que foi apresentada na Pinacoteca de São Paulo e na Casa Fiat, em Belo Horizonte. Da capital gaúcha, a mostra encerra a sua itinerância no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, onde permanece de 27 de outubro a 26 de fevereiro de 2017.
Ao longo dos últimos 30 anos, a Fundação Edson Queiroz (FEQ), sediada em Fortaleza, constituiu uma das mais sólidas coleções de arte brasileira, que percorre cerca de quatrocentos anos de produção artística com obras significativas de todos os períodos. Na Fundação Iberê Camargo – nesta etapa com curadoria da historiadora de arte Regina Teixeira de Barros -, o percurso inicia com Duas Amigas, pintura referencial da fase expressionista de Lasar Segall e percorre os chamados anos heroicos do modernismo brasileiro, trazendo obras de Anita Malfatti, Antônio Gomide, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.
A segunda geração modernista, que desponta na década de 1930, está representada por artistas como Alberto da Veiga Guignard, Cândido Portinari, Ernesto De Fiori e Flávio de Carvalho. Deste período, merecem destaque Alfredo Volpi e José Pancetti que, além de comparecerem com um número significativo de obras na Coleção da FEQ, estabelecem uma transição entre a pintura figurativa e a abstração, apresentada na sequência.
O núcleo da exposição dedicado à abstração geométrica – tendência que desponta nos últimos anos da década de 1940 e se consolida na década de 1950 – abrange pintores do grupo Ruptura, de São Paulo, e artistas dos grupos Frente e Neoconcreto, ambos do Rio de Janeiro. Alguns dos nomes presentes nesse segmento são: Amilcar de Castro, Franz Weissmann, Hélio Oiticica, Hércules Barsotti, Luiz Sacilotto, Lygia Clark e Willys de Castro, entre outros. Dois pioneiros da arte cinética participam deste segmento: Abraham Palatnik, com um objeto cinético, e Sérvulo Esmeraldo, com um Excitável. A exposição reúne ainda uma seleção de artistas que não aderiram a nenhum grupo, mas que adotaram uma linguagem abstrato-geométrica singular, mesclando-a com um certo lirismo. Destacam-se, nessa seção, os pintores Antonio Bandeira, Maria Helena Vieira da Silva e Maria Leontina.
A última sala da mostra é consagrada à abstração informal e encerra a exposição com a pintura Vermelho e Preto, assinada por Iberê Camargo em 1968, criando um vínculo entre Arte moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz e a Fundação Iberê Camargo.
Responsável pela organização da exposição, Regina Teixeira de Barros é curadora independente e historiadora da arte especializada em arte brasileira moderna. Possui graduação em Letras e mestrado em Estética e História da Arte, ambas pela Universidade de São Paulo. É professora de História da Arte Moderna e Contemporânea na Faculdade Santa Marcelina desde 2002. Entre 2003 e 2015 trabalhou na Pinacoteca do Estado de São Paulo, onde realizou diversas curadorias, entre as quais 100 anos da Pinacoteca: a formação de um acervo (Sesi, 2005), Tarsila viajante (Pinacoteca de São Paulo e Malba, Buenos Aires, 2008), Willys de Castro (2012), Arte no Brasil: uma história do Modernismo na Pinacoteca de São Paulo (2013, exposição de longa duração) e Arte construtiva na Pinacoteca (2013). Além destas, destacam-se Antônio Maluf (Centro Universitário Maria Antônia da USP, 2002) e Tarsila e o Brasil dos modernistas (Casa Fiat, Belo Horizonte, 2011). Entre 2006 e 2008 coordenou a equipe de pesquisa do Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral e foi responsável pela coordenação editorial dessa publicação. Contribui em diversas publicações nacionais e estrangeiras e ministra cursos em diversas regiões do país.
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17/06/16 - Excelsior MEXICO
Arte brasileño que devoró Europa; exposición Antropofagia y modernidad LUIS CARLOS SÁNCHEZ
El Museo Nacional de Arte inauguró ayer la mayor muestra de obras modernas del país sudamericano, con más de 150 piezas
CIUDAD DE MÉXICO.
El 11 de enero de 1928, Tarsila do Amaral (1886-1973) le regaló al poeta y dramaturgo Oswald de Andrade –destacado exponente del modernismo brasileño y promotor de la Semana de Arte Moderno de Sao Paulo en 1922-, el lienzo Abaporu con motivo de su cumpleaños. Aquel cuadro habría de inaugurar todo un movimiento artístico. Tarsila y Oswald decidieron lanzar una revista donde publicaron el Manifiesto Antropófago que daría nombre a una de las más productivas etapas del arte moderno brasileño.
La propuesta era implantar un lenguaje moderno recuperando la cultura y las tradiciones autóctonas. En un acto “antropofágico”, el arte debía aprovechar y “devorarse” lo que le sirviera de las vanguardias europeas para acoplarlo a la realidad brasileña. Ese mismo año que Tarsila regaló Abaporu también pintó La muñeca, un óleo en el que aplicó lo que aprendió del cubismo, el fauvismo y el surrealismo, pero que encontró reflejo en su propia tierra, mucho más colorida y barroca.
La muñeca forma parte de las más de 150 piezas, entre pintura, escultura, instalación, obra gráfica y dibujo, que conforman la exposición Antropofagia y modernidad. Arte brasileño en la Colección Fadel. 1908-1979, con la que el Museo Nacional de Arte (Munal) ofrece desde hoy, un panorama de los diferentes movimientos artísticos modernos ligados a la construcción cultural de Brasil y hasta los inicios del arte contemporáneo en esas latitudes.
La muestra se articula de manera cronológica en tres módulos, proviene de la Colección Hecilda y Sérgio Fadel, que está conformada por más de mil 500 piezas que dan cuenta de la historia del arte en Brasil desde finales del siglo XIX a la actualidad. Subdivida en diferentes temáticas, la exposición ha sido curada por la argentina Victoria Giraudo, curadora del Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba), a donde la muestra viajará después para exponerse con el nombre de Colección Fadel. Modernidad y vanguardia brasileña.
“Cada vez me siento más brasileña: quiero ser la pintora de mi tierra”, dijo alguna vez Tarsila do Amaral; que una mujer enarbolara el estandarte del arte plástico brasileño no es casualidad. Con el título Meninas brasileñas, la exposición Antropofagia y modernidad arranca su primer módulo con un recuento del arte de las primeras décadas de la república brasileña (la producción de café estaba reemplazando al azúcar y provocó que Brasil creciera económicamente), donde la mujer tuvo uno de los papeles más importantes.
Anita Malfatti (1889- 1964) es una de ellas. En la exposición se incluye la acuarela Desnudo femenino, que fue pintada entre 1915 y 1916. Malfatti tuvo influencia directa de las vanguardias europeas pero al escritor Monteiro Lobato, le pareció que sus cuadros habían sido hechos por internos de un manicomio. Esto provocó que ella dejara de pintar y sólo el aliento de Oswald de Andrade le hizo volver a la pintura. Otras “meninas” incluidas en la exposición son Maria Martins (1894-1973) con la escultura Uriapuru; Lygia Pape (1927-2004), de quien se exhibe una xilografía Sin título elaborada en papel arroz o Lygia Clark (1920-1988), de quien se muestra la escultura armable Bicho, de 1960.
Plantas, arena, aves silvestres, poemas-objeto, una televisión y raros objetos bautizados como Parangolé conformaron en 1967 una instalación ambiental titulada Tropicalia, que el artista Hélio Oiticica (1937-1980) montó, inspirado en las favelas, en el Museo de Arte Moderno de Río de Janeiro. La obra acabó fundando una nueva etapa del arte brasileño, que retomaba el pensamiento antropofágico, pero llamaba a una renovación cultural mediante la reivindicación del mestizaje.
La vegetación, el agua, las favelas, la samba, la mulata brasileña o los temas oníricos, marcan la producción artística brasileña posterior. En este núcleo, aparecen en la exposición obras como Floresta tropical de John Grasz (1891-1980); Colina de favela y O lago de Tarsila do Amaral; Rueda de Samba de Emiliano di Cavalcanti (1897-1976); Las bahíanas del mismo Grasz o Retrato de Bur-le Marx de Flavio de Carvahlo (1899-1973).
Con el surgimiento en 1951 de la Bienal de Sao Paulo, que se inspiraba en la Bienal de Venecia, se generó ahora la necesidad de experimentar y cuestionar los elementos de representación hacia un arte abstracto. Antropofagia y modernidad muestra la antesala del arte contemporáneo brasileño a través de artistas como Alfredo Volpi (1896-1988), de él se exhibe Elementos geométricos; Luiz Sacilotto (1924-2003); Maurício Nogueira Lima (1930-1999), del que se incluye Composición concreta.
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02/05/16 - G1
Brasília recebe exposição sobre Antônio Maluf até dia 26 de junho Do G1 DF
Museu Correios traz 61 obras do artista; entrada é franca. Exposição é a primeira individual de Maluf no Distrito Federal.
O Museu Correios em Brasília apresenta até o dia 26 de junho 61 trabalhos de Antônio Maluf, considerado o precursor do concretismo e do design gráfico moderno no Brasil. "Antônio Maluf – Singular e Plural” traz desenhos, guaches, pinturas e offsets – tipo de impressão gráfica de alta qualidade. Esta é a primeira vez que a capital recebe uma mostra individual do artista. A visitação acontece de terça a sexta, das 10 às 19h, e aos sábados e domingos, das 12h às 18h. A entrada é gratuita.
As obras da exposição datam de 1950 a 2000, sendo que algumas nunca foram vistas pelo público. Maluf é conhecido pelo detalhamento minucioso, a geometria, os cálculos precisos, os ângulos e medidas exatas, a absoluta economia de meios, o rigor de esquemas matemáticos, a racionalização e a quantificação dos dados disponíveis, em método e organização. Em 1951, ficou famoso pelo cartaz que desenvolveu para a 1ª Bienal Internacional de Arte.
Para o curador da mostra, Celso Fioravante, Antônio Maluf deve ser classificado como um mestre na história da arte brasileira. "Ele foi capaz de fazer várias combinações de um processo criado anteriormente e que se sai tão bem ou até melhor do que os próprios inventores desse processo", afirma. "Antônio Maluf não inventou o concretismo, mas fez dele seu universo."
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06/04/16 - Arte!Brasileiros
Jovens, globalizados e contemporâneos: conheça as galerias que fazem sua estreia na SP-Arte Theo Monteiro
De “outsiders” até mais clássicas, ao todo oito galerias carimbam sua aurora na feira.
Cheia de surpresas, a Vila Madalena também reserva uma para os interessados nas artes: em uma discreta entrada, forte candidata a passar desapercebida, fica sediada a Blau Projects. Após atravessar um agradável jardim, o visitante se depara com um espaço pouco usual: ao contrário da maior parte das galerias, que tem como marca registrada o branco das paredes, a Blau se destaca pelas paredes cor de laranja. A idade dos artistas também chama atenção: a maioria está na casa dos trinta, enquanto que a dona, Juliana Blau, tem 27. Junto com a Blau, outras sete galerias de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre estreiam na SP-Arte: Warm, BFA Boatos, Sé, Frente, MUV Gallery, Mamute e Colecionador.
“É simbólico ver a Sé, galeria situada no coração da cidade e que leva o nome do logradouro, participando da feira de arte mais importante da cidade” explica Maria Montero, dona da Sé Galeria. Sediada em casa de 1890 em pleno centro de São Paulo, o espaço surgiu como forma de complementar um outro projeto levado a cabo por Maria, o Phosphorus, espaço independente e voltado para práticas experimentais. Para ela, o Brasil é um país que ainda dá pouco espaço para a experimentação. Existente a dois anos, a galeria traz para a SP-Arte o artista goiano Dalton Paula, que discute atualmente a relação entre corpo e meio urbano.
Já Gabriel Caramelo, da Galeria Warm, tem como proposta que seu espaço seja um local que trabalhe a arte contemporânea de modo global. Com preferência por artistas jovens, a galeria, vem conquistando um espaço importante na cena da arte contemporânea brasileira: “Apesar das dificuldades, estamos muito otimistas, vivemos um momento bom e com artistas bons. Nossos artistas, para além da inegável qualidade, conseguem ter uma visão ampla e global que é expressa em seu trabalho, o que acaba indo de acordo com a filosofia da Warm” explica Caramelo. Para a feira, a Warm esta apostando em Galeria um projeto solo, do artista Leonardo Stroka.
Tanto a Blau Projects, quanto a Warm, tem preferência por artistas e curadores jovens. Existente a três anos o projeto de Juliana Blau busca o enriquecimento do visitante a partir de experiências sensoriais distintas. Por essa razão, a inserção no mercado é mais lenta, embora venha obtendo progresso, afirma a galeria.
Surgida em setembro de 2014, a Boatos Fine Arts tem como seu objetivo central promover a troca e o diálogo entre artistas estrangeiros que nunca expuseram no Brasil e jovens artistas brasileiros. Contando com um elenco de artistas jovens, todos eles nascidos depois de 1970, como destaca a galerista Anna Bergamasco, o espaço acredita na capacidade destes de desenvolver um diálogo na arte contemporânea sem limites nacionais. A BFA também participa do setor Solo da feira, tendo como seu representante o artista carioca Daniel Albuquerque.
A galeria Frente, existente a apenas um ano, já entrou na cena artística contemporânea com nomes de peso. Tendo sido a primeira mostra do espaço dedicada à artista Mira Schendel, com direito a publicação de livro da artista, o local recebe agora individual do artista Antônio Maluf, cuja curadoria é de Fabio Magalhães. Ao contrario das demais galerias paulistas estreantes na mostra, a Frente aposta em nomes clássicos e já consolidados da arte : Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Leon Ferrari e Antonio Dias estão entre eles. A Galeria define o colecionador interessado em seu acervo como “Pessoas que tem conhecimento, tradição e que buscam obras de arte de primeira linha para compor e acrescentar a sua coleção”.
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05/04/16 - Select
Galeria Frente recebe exposição de Antonio Maluf
A mostra também apresenta obras inéditas, até então presente apenas no acervo pessoal da família do artista. São quadros pintados desde 1950 até seus últimos anos de vida.
A Galeria Frente, aberta recentemente no Jardins, em São Paulo, inaugura a mostra do artista Antonio Maluf. Com o título Antonio Maluf, Construções de Uma Equação, a exposição é uma retrospectiva que conta com os trabalhos de todas as fases do artista entre os anos 1950 e 2000, incluindo estudos de design gráfico, tapeçarias, desenhos e pinturas. A mostra também apresenta pinturas inéditas, produzidas desde 1950 até seus últimos anos de vida, algumas inclusive inacabadas.
Conhecido pelo seu trabalho geométrico e rigorosamente calculado, a retrospectiva apresenta 120 obras selecionadas pelo ex-diretor da Pinacoteca, Fabio Magalhães. Um dos destaques é o primeiro cartaz do artista, intitulado Equação Dos Desenvolvimentos, criado para a 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951. Segundo o curador, Maluf conseguiu exprimir em seu trabalho a mais autêntica relação entre a poesia e a matemática. Embora tenha sido um entusiasta de movimentos que floresceram na sua época, optou por uma carreira solitária, na intimidade de seu ateliê.
Antonio Maluf foi um personagem importante e ativo no circuito da arte paulistana atuando, além de artista plástico, como marchand proprietário da Galeria Seta. Na Galeria, sua principal atividade era a comercialização de obras de arte naif e representou artistas como Grassman, Caito e Macaparana. Organizava também leilões de arte popular e lançou em sua galeria diversos artistas do norte do país.
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04/04/16 - Select
Progressão concretista Paula Alzugaray
Sete décadas de visualidade concreta em exibição na Galeria Berenice Arvani, em SP
Setenta anos separam as Fotoformas de Geraldo de Barros e as Curvas Concêntricas German Lorca da pintura contemporânea realizada por Helô Alcântara Machado e por Roberto Micolli. Entre estes dois extremos cronológicos reunidos na exposição Razão Concreta, visualiza-se a larga trajetória da expressão concreta praticada por artistas brasileiros, ou estrangeiros naturalizados no Brasil.
Com curadoria de Celso Fioravante, a mostra apresenta 42 trabalhos que indicam as direções, progressões e variações da arte concreta desde os anos 1950 até hoje. Esta é certamente uma ocasião para ver lado-a-lado e adquirir jóias de Antonio Maluf, Aluisio Carvão, Arnaldo Ferrari, Hércules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Luiz Sacilotto, Lothar Charoux, Ubi Bava e Judith Lauand.
Há bons e raros momentos como “Cilindro” (2004), da série A Cor – Paisagens, do argentino naturalizado brasileiro Antonio Lizárraga, falecido em 2009, em São Paulo; ou as delicadas composições e estudos em nanquim sobre papel, de Alberto Teixeira, dos anos 1950.
Razão Concreta, até 20/4, Galeria Berenice Arvani, Rua Oscar Freire 540, SP
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21/03/16 - Select
Exposição celebra concretismo e sua influência na arte contemporânea
Na Galeria Berenice Arvani, a mostra reúne cerca de 40 obras, datadas do início dos anos 1950 até 2015
A Galeria Berenice Arvani inaugura no 31 de março, às 19h, a coletiva Razão Concreta. Com curadoria de Celso Fioravante, a exposição conta com cerca de 40 obras de 28 artistas, datadas do início dos anos 1950 até 2015. A mostra prioriza trabalhos pouco exibidos, oriundos de coleções particulares e do legado dos próprios artistas, assim como obras raras, que participaram de Bienais e outras importantes mostras.
A exposição contempla artistas seminais do concretismo paulista e carioca, como Rubem Ludolf, Lothar Charoux, Antonio Maluf, Judith Lauand, Hermelindo Fiaminghi, Mauricio Nogueira Lima, João José Costa, Geraldo de Barros, Hercules Barsotti, Amilcar de Castro, Luiz Sacilotto e Alfredo Volpi. Assim como artistas contemporâneos que ainda hoje se inspiram nas qualidades estéticas do movimento e que mostram que o concretismo, mais de 60 anos depois de suas primeiras manifestações no Brasil, ainda é fonte de beleza e inspiração, como nas obras de Helô Alcântara Machado, Lucia Glaz e Roberto Micoli.
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15/03/16 - Jornal O Estado de São Paulo
Exposição “Construções de uma equação” evidencia a habilidade de Antonio Maluf José Antonio Gonçalves Filho
O nome do artista Antonio Maluf (1926-2005) é automaticamente associado ao cartaz da 1.ª Bienal Internacional de São Paulo (1951), variação de um de seus primeiros trabalhos concretos, adaptado para o concurso promovido pela instituição. Maluf tinha apenas 25 anos ao vencer o concurso. Seu cartaz acabou virando uma referência incontornável para estudantes de design no Brasil. É possível mesmo que o País não tenha exemplo de igual rigor geométrico, como afirma o curador da mostra Antonio Maluf, Construções de Uma Equação, o crítico Fábio Magalhães, que foi grande amigo do artista. Um dos destaques da mostra, que será aberta em 2 de abril, na Galeria Frente, é justamente o estudo do cartaz desenvolvido para a bienal.
O cartaz, analisa Magalhães, é emblemático porque nele se encontra a síntese de uma obra caracterizada pelo adensamento de figuras geométricas que crescem e decrescem, sugerindo sua ampliação ao infinito. “Nele, figura e fundo são uma coisa só, esse é o seu conceito básico.” Maluf, chamado por ele de “o mais rigoroso dos concretos”, tinha de fato essa obsessão protominimalista, a de repetir a mesma estrutura geométrica, ainda que em diferentes suportes. Ele foi pintor, desenhista, criou murais e trabalhou para a indústria têxtil. Também fundou uma galeria de arte, a Seta, que lançou vários artistas - Macaparana, entre outros.
Todas as habilidades artísticas de Maluf estarão representadas na exposição retrospectiva em sua homenagem, ele que era discreto e preferia ficar longe dos holofotes, o que não foi propriamente benéfico para o desempenho comercial de sua obra, ainda hoje acessível quando comparada a contemporâneos concretos e neoconcretos, cujas cotações são estratosféricas. Ele, claro, está presente em coleções importantes (Sergio Fadel, Orandi Momesso), mas não tem obras em instituições como o Museu de Arte Moderna, cita o curador da exposição. O Masp tem apenas peças de vestuário pintadas por ele - e é só.
Em contrapartida, a cidade tem alguns exemplos de seu talento arquitetônico. O mais conhecido é o mural de azulejos do edifício Vila Normanda, executado em 1964 por encomenda do arquiteto Lauro Costa Lima (1917-2006). Vizinho do Copan, o condomínio tem um exemplo magnífico de sua arte muralista nas galerias do andar térreo. Subdividindo retângulos em torno dos eixos ortogonais e diagonais, o designer submete o mural aos princípios concretistas, embora jamais tenha se filiado ao movimento.
“Era um homem que optou por uma carreira solitária, vivendo isolado em seu ateliê, embora tivesse amigos ligados ao concretismo”, lembra Magalhães. Sociável como marchand, foi ele quem fez a intermediação da venda do Abaporu, de Tarsila, ao empresário Raul Forbes, que posteriormente revendeu a tela modernista ao argentino Eduardo Costantini, criador do Malba, em Buenos Aires, onde hoje ela se encontra. “Como marchand, ele nunca trabalhou com arte construtiva na galeria Seta, mesmo no caso de Macaparana, que era figurativo quando começou sua carreira.”
No entanto, como artista, ele permaneceu sempre fiel ao concretismo, mesmo quando seus amigos concretos abraçaram a figuração no fim dos anos 1960, por influência da arte pop (entre eles Geraldo de Barros). “Maluf ficou marcado pela exposição que Max Bill fez no Masp, nos anos 1950, e pelo curso de design industrial que frequentou no Instituto de Arte Contemporânea, criado pelo então diretor do museu, Pietro Maria Bardi, que era seu amigo.”
Há cinco anos, a Galeria Berenice Arvani organizou uma mostra de Maluf com curadoria do crítico Celso Fioravante, para comemorar os 60 anos de criação do cartaz da primeira edição da Bienal, exibindo 60 obras suas (de 1951 a 2005). Na exposição retrospectiva que a Galeria Frente inaugura em abril, a maioria das 120 obras é inédita e pertence ao acervo particular da família do artista. Segundo o curador Fábio Magalhães, todas as fases estão representadas entre 1950 e 2000, incluindo estudos de design gráfico, tapeçarias, desenhos e pinturas.
Os preços das obras expostas variam de R$ 22 mil a R$ 1,9 milhão. Em termos comerciais, pode ser um teste para um mercado em baixa - o que não acontece só no Brasil, mas também na China, que perdeu sua posição para a Grã-Bretanha no ano que passou. O fato é que Maluf expôs pouco durante sua vida e ainda há obras raras disponíveis. Algum mecenas poderia bem lembrar dos museus que ainda não tiveram acesso a elas.
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28/01/16 - Select
A cara do Brasil Luciana Pareja Norbiato
No centro da capital paulista, em um prédio tombado pelo patrimônio histórico, mora o jornalista Celso Fioravante. E ele não está sozinho. Há um minijardim botânico numa sacada do apartamento decorado com belos móveis modernistas, sem ostentação. Além das plantas, que o jornalista reproduz das mudas destinadas às duas casas que está construindo na Ilha de Marajó, outros moradores lhe fazem companhia. São as cerca de 500 obras de arte que ele vem amealhando ao longo de quase 20 anos.
“Sempre tive um interesse latente pelas artes plásticas, desde a universidade (Jornalismo na PUC-SP), mas comecei a colecionar quando comprei minha primeira obra, uma Vânia Mignone. Foi em 1997, quando comecei a trabalhar com artes visuais na Folha de S.Paulo”, conta Fioravante à seLecT. Sua coleção reside completa no apartamento. São cerca de 150 obras penduradas em paredes superlotadas, como o belíssimo retrato Mulher com Cachorro, da fase pré-abstração geométrica de Samson Flexor. Guardadas no escritório ficam as outras perto de 350, compostas em grande parte de papéis. “Começar a colecionar é fácil. Difícil é parar.”
Fioravante compra obras em galerias e feiras, como todo colecionador, mas adquiriu um know-how particular em leilões, dos quais prefere participar pessoalmente, deixando os lances via internet em último caso. Internet e redes sociais, aliás, são para Fioravante a causa da banalização da arte do presente. “Não me interesso por nada da produção atual. Meu foco são artistas que tenham mais de 60 anos e de preferência não estejam conectados no Facebook e no Instagram, que não frequentem vernissages e que, quando eu encontrar, tenham algo realmente novo para me contar ou me mostrar”, diz.
Para ampliar e manter sua coleção, Fioravante usa seus rendimentos de jornalista e dono do Mapa das Artes, agenda mensal que desde 2002 faz a rota das galerias nas versões impressa e online. Não gosta de ganhar obras e não costuma aceitá-las (“Ganhei 1% do que as pessoas pensam”), pois prefere escolher os trabalhos. Também não troca trabalho por obra (“Trabalho é a única coisa tenho para vender”). O que significa limitação orçamentária, ao contrário dos colecionadores de peso. “Me interesso por aquilo que é possível, não vou me interessar por um vaso de flores do Guignard, ou um Portinari, porque para mim são inacessíveis. Me interesso por obras que me digam alguma coisa, por artistas com os quais eu conviva e tenha afinidade, não necessariamente contemporâneos.”
Essa é uma das razões pelas quais seu acervo pessoal tem uma dinâmica própria de representação da brasilidade. Além da restrição de caixa, Fioravante tem a curiosidade do jornalista que quer conhecer todos os meandros do circuito de arte e se interessa por diversos aspectos da cultura nacional. Por isso, a abrangência e a variedade das peças são grandes.
“A coleção de Celso tem uma pluralidade fascinante”, diz a curadora Denise Mattar à seLecT. “Ele não está fazendo uma coleção especulativa, por isso não se deixa prender a estilos ou técnicas. Instigantemente livre, sua coleção vai do antigo ao moderno, da arte indígena ao contemporâneo, estabelecendo conexões entre os artistas e revelando ligações entre obras.”
Linhas temáticas e curadorias
Na mesma medida em que identifica linhas temáticas como Corpo e Sexualidade e Misticismo e Religião dentro de sua coleção, Fioravante distribui pequenas curadorias pela casa. Na sala, há um recorte da produção dos concretos e neoconcretos, com obras como a tela Sem Título de Raymundo Collares (1966) e Composição, de Ivan Serpa (1951). Uma parede do escritório traça o que ele chama de Retrato do Brasil. “É onde há alguns dos meus preferidos: Rubens Gerchman (Lindoneia), Nelson Leirner (Atlas, da série Right You Are If You Think You Are, 2003), Lygia Pape (Sem Título), Oswaldo Goeldi (O Ladrão), Leda Catunda (Bola Mundo) e alguns novos de que eu gosto, como Tonico Lemos Auad (Sem Título) e Peter de Brito (Bijouterize, 2007).” Na pequena sala de estar, uma profusão de obras que vão de academismo anônimo a Zed Nesti (Rosto de Mulher com Máscara, 2013), passando por dois delicados trabalhos do japonês Nobuhiko Suzuki, deixam abertas possibilidades de leitura. No banheiro de visitas, um rodo de borracha, de Rodrigo Cass.
Quem cuida da catalogação e da conservação das obras (fonte de despesas enormes) é o próprio colecionador. Quando percebe que está perdendo o controle – o que, segundo ele, acontece uma vez por ano –, chama o amigo e assistente João Luis Chiquito para ajudar.
Fioravante declara não ter noção do valor total de sua coleção, mas afirma que mais perdeu dinheiro do que ganhou. Mesmo assim, conseguiu bons negócios e tem peças importantes. “Pinturas de Antonio Maluf e Judith Lauand, um Nelson Leiner dos anos 1970, um guache de Raymundo Collares e uma pequena e rara escultura de Sergio Camargo podem ser as mais valiosas, mas elas só terão algum valor quando estiverem à venda e houver algum comprador interessado nelas”, afirma.
Sobre as aquisições, reconhece que o mercado de preços altos, como o brasileiro, não facilita. “Houve uma hipervalorização da arte brasileira que não corresponde ao crescimento do mercado. Não surgiram colecionadores aos milhares para justificar essa valorização, o que acho totalmente contraproducente. É uma diferença brutal que inviabiliza que eu compre hoje como eu comprava das galerias.”
Mas o valor monetário não parece ser um dado crucial quando o jornalista compra uma obra. “O que eu gosto na minha coleção – e de ver em outras coleções – é quando elas fogem do óbvio.” Ao dar dicas para quem quer começar a colecionar, Celso Fioravante é enfático: “Compre aquilo que você gosta de ver, que te entusiasma, e não fique preocupado se o artista é conhecido ou desconhecido. Siga seu instinto e não tenha medo de comprar obra de um artista que ninguém conhece, porque, se o artista for consistente, um dia ele vai acontecer”.
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03/11/15 - Jornal do Brasil
Moda + arte: Museu de Arte de São Paulo recebe exposição com vestidos da Rhodia Heloisa Tolipan
Coleção da icônica grife brasileira tem estampas de diversos artistas brasileiros
Desde que o curador Adriano Pedrosa assumiu a direção artística do Museu de Arte de São Paulo, o MASP, a instituição vem respirando novos ares e se propondo a novos desafios dentro do campo da arte.
Recentemente, por exemplo, o museu abriu a exposição ‘Arte na moda: coleção MASP Rhodia’. A mostra reúne 78 peças da coleção da famosa grife dos anos 60/70, responsável por criar a moda "tropicalista" no país.
Dentre os artistas que assinam estampas das peças, estão Willys de Castro, Hércules Barsotti, Ivan Serpa, Nelson Leirner, Manabu Mabe, Alfredo Volpi e Antonio Maluf. A expo vai até fevereiro do próximo ano, programa imperdível.
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22/10/15 - Glamurama
Masp exibe conjunto completo da coleção de moda da Rhodia Joyce Pascowitch
Pela primeira vez, o Masp vai expor o conjunto completo da coleção da Rhodia, doada em 1972 e composta por 78 peças produzidas nos anos 1960. A mostra “Arte na Moda: Coleção Masp Rhodia” abre para o público nesta sexta-feira e fica em cartaz até 14 de fevereiro. Assinam a curadoria da mostra o diretor artístico Adriano Pedrosa, a curadora adjunta Patrícia Carta e o curador Tomás Toledo.
A coleção foi doada pela empresa química francesa Rhodia, que lançava seus fios sintéticos no Brasil e usava desfiles e coleções de moda como forma de divulgação de seus produtos. Essa estratégia foi concebida por Lívio Rangan, então gerente publicitário da Rhodia, responsável por coordenar a criação das coleções e organizar os desfiles onde as roupas eram divulgadas. Nasciam ali grandes espetáculos reunindo profissionais do teatro, dança, música e das artes.
No acervo, estampas criadas por artistas brasileiros como Willys de Castro, Aldemir Martins, Hércules Barsotti, Carybé, Ivan Serpa, Nelson Leirner, Manabu Mabe, Alfredo Volpi, Lula Cardoso Ayres e Antonio Maluf.
A moda esteve presente no Masp em eventos e exposições realizadas no passado, como o desfile de vestidos de Christian Dior em 1951, o desfile de moda brasileira em 1952 e o Festival de Moda – I Exposição Retrospectiva da Moda Brasileira, de 1971, no qual foram exibidas algumas das peças que estão presentes nesta mostra.
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27/04/15 - DCI
Confrontos estéticos José Henrique Fabre Rolim
No frescor das incursões plásticas propostas pelo dinamismo da arte os apreciadores vislumbram uma infinidade de leituras que rompem barreiras captando a essência dos fluxos inovadores. Percorrendo as mostras em cartaz se percebe um clima de confrontos e releituras perfazendo caminhos variados.
A escultura representa um desafio constante, notadamente na mostra de José Resende na Pinacoteca do Estado (Praça da Luz, 2) na qual é apresentada 12 obras realizadas entre 2011 e 2015. Comemorando seus 70 anos de idade e 50 de uma carreira intensamente produtiva, ajudou a fundar o Grupo Rex ao lado de Wesley Duke Lee e Geraldo de Barros, a revista Malasartes, o jornal a Parte do Fogo e a Escola Brasil. A individual do consagrado escultor se destaca pela criatividade e engenhosidade das peças concebidas com materiais que são utilizados na construção como cabos de aço, chapas de ferro, vergalhões, madeiras e pedras que se transformam em esculturas refletindo as transformações da própria cidade com estruturas inimagináveis na área da arquitetura e da engenharia. Algumas obras se relacionam com os espaços da Pinacoteca de forma bem conectada com a linha arquitetônica da antiga construção.
No MAM (Museu de Arte Moderna) a mostra de Piero Manzoni (1933- 1963) reunindo obras concebidas entre 1957 e 1963 com a ironia sutil das suas performances do corpo aos objetos, um vanguardista que previu as incríveis possibilidades da arte, integrante do Grupo Zero chegou a fundar a revista Azimuth, sua trajetória foi marcante com obras como Corpo d'Aria e Merda d'Artista além da Base Mágica/Scultura Vivente (1961). A mostra foi feita em parceria com a Fondazione Piero Manzoni de Milão, realçando o caráter revolucionário do artista com sua produção articulada reconhecida e reavaliada em exposições recentes como a da Galeria Gagosian em 2009, em Nova York sem falar da grande mostra do Guggenheim do ano passado em que o Grupo Zero foi amplamente analisado. Sua produção prima pela originalidade influenciando toda a postura da arte tanto no século XX como no atual.
Uma corrente que também deu uma nova dimensão nas visuais foi a Op-Art que delineou uma revolução nos anos 60, um movimento onde as formas, as cores e as luzes proporcionavam efeitos óticos surpreendentes no âmago da arte cinética. O Museu da Casa Brasileira (Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.705) abriu recentemente a "Op-Art-Ilusões do Olhar" reunindo 200 obras criadas por artistas como Hélio Oiticica, Abraham Palatnik entre tantos nomes consagrados no Brasil e no exterior. Há 5 décadas atrás o MoMA realizava a exposição The Responsive Eye, que teve uma repercussão estupenda reunindo as grandes expressões desse movimento, que teve como difusora a galerista francesa Denise René (1913-2012). Em 1955 a grande marchande revelava numa exposição antológica os protagonistas da arte cinética como o israelense Yaagov Agam e o venezuelano Cruz-Diez. No MCB é mostrado um panorama do movimento além da pintura alcançando a moda, o design e o cinema. Artistas concretistas e neo-concretistas estão presentes com obras marcantes como peças de design criadas por Almir Mavignier, Alexandre Wollner e Antonio Maluf. Pinturas de Judith Lauand, Luiz Sacilotto, Fiamminghi, Lothar Charoux, Lygia Clark entre tantos nomes consagrados compõem essa homenagem a uma entre inúmeras revoluções ocorridas nas visuais.